quarta-feira, 23 de julho de 2008

Te olho nos olhos, mas...


"Te olho nos olhos e você reclama Que te olho muito profundamente. Desculpa, Tudo que vivi foi profundamente... Eu te ensinei quem sou... E você foi me tirando... Os espaços entre os abraços, Guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, Não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade... De me inventar de novo. Desculpa...se te olho profundamente, Rente à pele... A ponto de ver seus ancestrais... Nos seus traços. A ponto de ver a estrada... Muito antes dos seus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias Dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim; Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser Vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar viva e permanecer Te olhando profundamente."

... mas a pessoa pra quem eu declamo este poema de Ana Carolina, não é realmente quem julga se-lo. Este homem prepotente, o qual é verdade, ja teve, talvez algumas vezes tenha meu olhar profundo, não é o dono dessa declaração. Porque o verdadeiro dono dessa declaração, é tão "nem aí" pros meus mais profundos olhares que nunca talvez tenha descobertos-os. Talvez eu nao possa mais olha-lho. Talvez eu o olhe e ele nao perceba. Talvez a profundidade do meu olhar seja tão infindável, que ele nao perceba de uma forma quão natural e simples e singela e verdadeira seja a profundeza desse sentimento. Quem sabe ele nao descubra que por eu me ter me mostrado por inteira, com erros e cada vez mostrando e mostro mais erros que ele insiste em nao querer me consertar mas me reinventar e assim, eu me descobri. Me descobri que era errada, era suja, era livre, era cheia de fracassos e com uma bagagem imensa de vitórias e lembranças que não me permitiam me renunciar, mas sim continuar vivendo intensamente, olhando profundamente cada dia, cada hora, cada memória das minhas rugas para dentro dos seus olhos, os quais minha profanidade não permite revelar.

Nunca me disseram que nos desarmamos ao olharmos profundamente nos olhos de alguém, mas eu nunca duvidei.

sábado, 12 de julho de 2008

onde a dor se esconde



Sabe, hoje é um daqueles dias que a cabeça dói, sua paciência esta no limiar do descontrole emocional, sua vida esta uma merda, e nada, absolutamente nada te alegra, te esquenta, te acalenta te dá um meado de esperança ao coração. sinto falta. sinto me culpada pelas acisações da minhas irmãs e da minha mãe de acharem que minha doença nunca é tudo aquilo que ela é, e dos outros acharem que eu dramatizo minha dor. eu nao queria que eles passassem por um décimo dessa dor, pois quem já passou se solidariza a ela. não é desanimo. nao é depressão. não é pesimismo. não é simplesmente se entregar. é simplesmente uma enorme vontade de nao viver e todas as pessoas que voce confia: sua familia, seu psicologo, seus melhores amigos, somem, ou pior, antens de se afastar dizem; ah, de novo: quer saber? se fode, sua babaca, louca, egocentrica. e eu nao quero mais ser o umbigo do universo. só queria meu psicologo como antes, minha mae bia como antes, minha familia que eu nao tive, e eu mesma, num pouco de razão..... dizem que o amor se esconde onde a dor nao tem razão. e que só o amor salva. acho que nem o amor me salvaria mais.


NUNCA ME CONTARAM QUE A VIDA É INJUSTA, MAS EU SEMPRE VOU LUTAR POR ELA

quinta-feira, 10 de julho de 2008


Meu primeiro post com meu ano que começou em 2008. Acredito que a gente só pode comemorar um ano novo quando faz aniversário. Bem, comecei minha semana completando 28 invernos. Muitas vezes me perguntei se existe mesmo o tal inferno astral. Se existe ou nao, era pra ele ter acabado no dia do meu aniversário e esqueceram de avisar pra ele, ó!!!

Meus dias tem sido uma batalha diaria. Literalmente, mato um leão por dia para conseguir chegar viva ao final. A química do cérebro da gente é algo muito poderoso. É assustador. Não adianta nos agarrarmos em fé, em nossos filhos, ou pessoas que dependem da gente, não adianta ver o sol nascer pra nós todos os dias, por que só sentimos frio, e uma grande escuridão.

E parece que tudo fica mais absorto. O pessimismo que nos contagia é insulportavel até pra nós. Nossa melancolia. Nosso sono. Nosso querer não viver mais, nao rir, nao conseguir achar graça nas coisas, não encontrar melodia nas músicas... é tudo tão, mórbido.

E assim afastamos as pessoas que mais queremos bem, ou as quais mais precisamos. Puxa, como eu preciso do meu psicologo nesse momento. Mas ele esta completamente mudado comigo. Não é mais o mesmo. Não me sinto mais confiante, nao sinto que ele possa melhorar nada na minha vida, porque simplesmente, antes ele nao gostava de mim, mas agora ele me ignora. Então... eu nao posso nem mais contar com a chatice dele. Numa hora que ele poderia ser uma corda pra me tirar desse buraco, mesmo sendo tao tosco. Então, ele sem muita atenção me encaminha pro psiquiatra... ok. ja estou acostumada. É sempre assim. quando a corda arrebenta, corre com ela pro psiquiatra. e tome remédios. e mais remédios. e tantos remédios.... e nada muda dentro da alma dessa pessoa. Mas é a alma dessa pessoa que esta pedindo ajuda. Porque eu nao quero mais conviver com a morte de perto, e dormir ao seu lado, sabendo que despertarei com ela me esperando. Esperando uma fraqueza, um rompante, uma dor um pouco mais forte provocada por alguém. E como toda alegria ja se esvaiu, nao sobrou mais nada apenas um corpo, tentando lutar sozinho contra essa "companheira" de dias e noites, cada vez mais solitários...

terça-feira, 1 de julho de 2008

tao lenta como só a dor sabe ser.


voces querem realmente saber o que se passa dentro da cabeça de uma pessoa que quer morrer?
Então vamos lá...eu descrevo pra voces toda dor que sofre um suicida antes de se matar, ou de tentar faze-lo.
Primeiro, eu não vejo como "me matar" ou "querer morrer", mas simplesmente, deixa de viver. não existir mais. descansar talvez... Sinto uma vontade dilacerante de dormir e nao acordar nunca mais. Sinto dor no corpo todo, e um imenso vazio que se completa pela falta de atençao (entenda-se, carinho) das pessoas que fazem parte da minha vida. Óbvio que o mundo nao gira ao meu redor, e acho que nenhum suicida sente isso. nao. pelo contrario, ele sente que nao faz parte do mundo, é uma anomalia incapaz de ser amada por alguem que nao seja sua mae, ou seu pai, ou sua avói ou seu filho.... mas uma pessoa que anseia nao viver mais, ela simplesmente esta no limite de todas as suas forças fisicas e emocionais. Acho que isso nao pode ser algo profano, porque Deus nao nos deixaria sentir tamanha vontade, tanta e tanta.... de acabar logo com isso, porque voce nao quer mais viver o amanha. Eu vejo tanta injustiça.... isso me devora como um vírus que logo esta espalhado por todo meu corpo, sem espaço pra me deixar reagir. Ninguem no mundo é capaz de entender que dor é essa, porque aqueles ja entenderam sucumbiram e foram embora sem descreve-la. talvez eu esteja me apegando desesperadamente à um fio qualquer, mas ... meu filho, eu sei que ele vai ficar bem. meu pai vai protege-lo. E minha avó, finalmente minha mãe vira ocupar o espaço que é dela. O que sou eu? Quem sou eu? Pra que continuar vivendo? Dói demais. é uma dor física mesmo. E mesmo, que eu tente ser mais forte, eu nao sou mais forte que meu genioso cérebro. Em 3 dias perdi quase 2 kilos novamente, e sinto, que da mesma forma que meu apetite desapareceu novamente, meu corpo volta a ser prisioneiro de mim mesma...é como se meu cérebro dissesse: ja que vc é teimosa e tá querendo resistir, vamos ver quem tem mais força..... e ai ele tira meu apetite, minha vontade de praticar esportes, e me enfraquece até.... eu chegar naquele ponto critico. um auto-extermínio inconsciente.

não mais...nao mais palavras. acho que falei demais. falei pelos que nao souberam explicar o que os levou a conseguir algo que meu cérebro quer pra mim.